domingo, 22 de março de 2009

Cinema, Aspirinas e Urubus

O Filme é passado no sertão nordestino. Seca. Pobreza. Pessoas com fome. É... parece que é mais um dos filmes que mostra os problemas do nordeste. Não querendo desprezar filmes com essa temática. Mas chega um momento que satura. Precisamos mais de filmes comerciais mesmo, não só de críticas (o chamado cinema autoral). Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, esse filme não é mais um clichê. Ele tem uma história interessante. Leiam a sinopse.

"
Em 1942, no meio do sertão nordestino, dois homens vindos de mundos diferentes se encontram. Um deles é Johann (Peter Ketnath), alemão fugido da 2ª Guerra Mundial, que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho (João Miguel), um homem simples que sempre viveu no sertão e que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante. Viajando de povoado em povoado, a dupla exibe filmes promocionais sobre o remédio "milagroso" para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema. Aos poucos surge entre eles uma forte amizade."

Duas pessoas diferentes, com objetivos distintos. Um querendo sair do nordeste para tentar uma vida menos sofrida. O outro, fugindo da guerra, tenta ganhar a vida no nordeste.

Abre Parênteses: Em várias cidades do interior, o alemão exibe um vídeo (uma propaganda), sobre as aspirinas. Com essa estratégia de marketing, ele consegue fazer seu negócio, que é a venda de aspirinas. Muitas pessoas interioranas não conhecem o cinema, nem sabe o que significa. E isso explica o sucesso do "comercial".Fecha parênteses.


Apesar de tantas diferenças, eles tem em comum a vontade de querer uma vida melhor. Procuram seguir seu caminho em busca da felicidade. Querem sair de uma vida marcada por sofrimento. Ambos fugindo de sua realidade gritante.

Em uma parte da película, o nordestino, interpretado por João Miguel diz porque quer sair de onde vive. O alemão diz: Pelo menos aqui não somos bombardeados. Mas será pior viver em um ambiente de constante bombardeio ou ter uma vida lenta e angustiante na seca do sertão?

A fotografia foi bem produzida. A iluminação bem clara enfatiza mais ainda a seca sertaneja, destacando a mata branca típica da caatinga. E as posições estratégicas das câmeras foram muito criativas.

O Filme teve apoio de diversos órgãos do nosso Estado, como a fundarpe, a fulcultura, a prefeitura do Recife e o Governo do Estado e
Foi rodado nas cidades de Patos, Picote, Pocinhos e Cabaceiras, todas localizadas no sertão da Paraíba.

Um filme que vale a pena ser assistido.

Nenhum comentário: